O inverno e suas comidinhas suculentas e reconfortantes, precisamos delas para nos aquecer por inteiro!
Essa é muito simples e até já apresentei aqui, como a foto estava triste (rs) e também alterei um pouco o modo de preparo, resolvi postar novamente, pois vale a pena ver de novo.
Canjiquinha com frango e coentro
Deixe a canjiquinha de molho de um dia para o outro ou por no mínimo 2 horas.
Leve uma panela média ao fogo com um fio de óleo, doure cebola e alho bem picadinhos em quantidade a gosto.
Escorra a canjiquinha, leve à panela e refogue como arroz, cubra com água quente, misture e tempere com sal, pimenta do reino e cominho em pó.
Deixe ferver em fogo baixo para cozinhar bem, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo da panela.
A água vai secar, acompanhe o cozimento e se necessário acrescente mais água, eu gosto bem molinha (a medida que esfria, a canjiquinha fica mais firme).Experimente e quando estiver cozida, desligue o fogo e sirva em seguida.
Para acompanhar preparei peito de frango (deixei marinando por 30 minutos em uma mistura de sal, pimenta do reino, alho, açafrão e vinho branco seco) picado em cubos médios e refogado lentamente no azeite, com cebola, tomatinho e cebolinha.
Sirva a canjiquinha, distribua o molho de frango por cima e salpique folhas de coentro fresco.
Comida simples e de ótimo custo benefício, a canjiquinha pode ser servida também com costelinha de porco, linguiça, carne moída ou apenas uma couve refogada...e uma pimentinha também cai bem!
Uma curiosidade e um poema!
Embora seja uma iguaria brasileira típica de Minas Gerais e apreciada também em outras regiões do país, parece existir um certo preconceito quanto a esse prato em restaurantes mais conceituados, apenas por ser constituído de grãos de milho triturados grosseiramente ou seja, comida barata, como traduz o poema de Cora Coralina e que não resisti em trazer para vocês...espero que gostem, tanto quanto eu.
Oração do Milho
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
SOU O MILHO"
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
SOU O MILHO"
Cora Coralina
Lindo não é mesmo?! Amei o poema, pois sem dúvida, o milho merece!!
Um excelente final de semana a todos!!
o milho com o frango deve ficar excelente.
ResponderExcluirO Cantinho dos Gulosos
Bom dia, minha minha querida!
ResponderExcluirAqui em minas a canjiquinha é bastante apreciada e muitos comem com costelinha de porco, nesse tempo frio é infalível, rsrs.
Eu amo coentro nas receitas, hoje mesmo já comprei.
Belo prato deu vontade de fazer agora mesmo.
O poema é lindo, bela homenagem e este grão tão amado e versátil!
Bom final de semana!
Bjs ♥
Deve estar deliciosa com certeza, e eu tomei nota da receita, Ok!
ResponderExcluirBeijos Márcia (Rio de Janeiro - Brasil)
http://decolherpracolher.com.br
Oi Cristina!
ResponderExcluirO seu prato ficou lindo e muito apetitoso! Este é um dos pratos que a minha mãe fazia muito, com frango ou costelinha de porco, eu adoro, ainda mais agora no frio!
Um ótimo fds, bjs!
Que delícia, Cristina! E o poema de Cora Coralina é lindo! Não conhecia, vou guardar com carinho.
ResponderExcluirBj e ótimo fim de semana,
Lylia
Olá querida amiga, adorei seu post de hoje. Agradou aos olhos, ao paladar e a alma. Lindo esse poema da Cora Coralina, de fato temos que dar valor ao milho que pode alimentar e com sustância muitas pessoas. Adoro canjiquinha e amei seu prato, ficou simplesmente delicioso e me fez recordar dos pratos que mamãe fazia e com isso as saudades dos bom tempos. Beijinhos, ótimo final de semana
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